18 de março de 2012

Que a saúde se difunda sobre a terra!

No clima da Campanha da fraternidade deste ano, o site Família Cristã traz uma reflexão formidável sobre a liturgia.
Gostaríamos de reproduzi-la aqui:

A serpente que feria o povo se tornou instrumento de cura no deserto, e se tornou também sinal daquele que seria levantado no madeiro para a salvação do mundo. Na árvore do paraíso, foi dito um não a Deus. Na árvore da cruz, se diz o sim salvador. Nesta Quaresma, esperamos um sim claro por uma política pública eficiente para a saúde, e um sim forte de rejeição à corrupção que desvia para contas particulares recursos destinados à saúde.
O povo morria no deserto picado por cobras. Moisés fez uma cobra de bronze e a levantou numa haste. Quem olhava para ela, ficava curado. Hoje podemos da própria cobra tirar o soro antiofídico. Deus não perde onde o homem ganha. Deus nos deu uma inteligência criativa e solidária para com ela procurarmos soluções humanas para os nossos problemas. Naquilo em que não somos capazes, podemos pedir a intervenção de Deus por meio de seus santos, e os santos que devem agir em primeiro lugar somos nós.
Ao ser levantado na cruz, Jesus mostra o amor de Deus Pai para com todos os seus filhos. Ele não quer que eles morram, mas que tenham a vida eterna. A experiência humana de Deus no Verbo encarnado mostra que Deus não está interessado apenas na vida depois da morte. Seria então preferível morrer no ventre da mãe. A luz de Cristo que ilumina este mundo põe às claras o que aqui se faz. Nossas ações devem ser feitas segundo a verdade para não serem denunciadas pela luz. Quem pratica o mal, odeia a luz. Impedir que a população tenha acesso aos recursos da medicina contemporânea é praticar o mal e odiar a luz.
Ciro, rei da Pérsia, deixou-se iluminar pela luz de Deus e tomou uma decisão em favor do bem. Libertou o povo de Deus, cativo na Babilônia, e o mandou de volta à sua terra para reconstruir o Templo de Deus. Reconstruir o Templo de Deus significava, na prática, reconstruir a nação. Um povo nunca será uma verdadeira nação se viver escravizado, marginalizado, sem perspectiva. Uma nação não é feita de escravos e doentes. Que triste o povo que não sabe a quem recorrer para cuidar da sua saúde e para a sua segurança. Quem me ajudará, se preciso de atendimento agora e só o terei meses mais tarde? Onde está o meu socorro, se o violento é protegido por quem deve me proteger?
Parece que nós mesmos não encontramos com facilidade a solução de nossos problemas. Precisamos do dom de Deus. “Fomos criados em Jesus Cristo para as obras boas, diz a Carta aos Efésios, obras que Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos”. Fé e oração devem mover as mãos que prescrevem receitas ou redigem leis, que distribuem os recursos públicos ou movimentam instrumentos cirúrgicos.
É preciso estar bem para cantar os cânticos de Sião. É preciso estar interiormente feliz para se sentir bem. Repousando em Deus, nosso coração se aquieta. Quanto ao nosso corpo, aceitamos a fraqueza da matéria, o peso da idade, a enfermidade natural, mas não aceitamos que ações más criem situações insustentáveis. Sabemos unir os sofrimentos deste mundo ao sofrimento de Cristo, porque não há comparação entre o que passamos nesta terra e o que Deus preparou para nós no céu, mas não podemos aceitar que não haja formação adequada para os agentes da saúde ou que se faça da doença uma fonte de enriquecimento.

Fonte: http://www.fc.org.br/publique/cgi/public/cgilua.exe/web/templates/htm/fc2008/view_PUB-PAL.htm?user=reader&infoid=58934&editionsectionid=11

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