A Igreja como continuadora de Jesus não poderá ser fiel à sua missão se não for ela animadora das vocações. “Em se tratando de animação vocacional, temos de ter ciência que toda Igreja deve ser animadora das vocações, pois animar as pessoas para um despertar vocacional não é algo secundário, mas sim uma dimensão prioritária e essencial de toda Igreja, ou seja, é missão da Igreja dar vida e sentido àqueles são chamados”. (João Paulo II, Pastores Dabo Vobis, nº 34) Ela tem como objetivos: despertar para a vocação humana, cristã e eclesial; discernir os sinais indicadores do chamado de Deus; cultivar os germes de vocação e acompanhar o processo de opção vocacional consciente e livre. Deve dar ênfase às vocações de especial consagração e, entre elas, a vocação a vida consagrada religiosa (o) e sacerdotal.
O papel do animador vocacional
Animar a ação - vem de anima = alma da ação.
O animador vocacional é, portanto aquela pessoa que desenvolve sua missão sempre em consonância com a Igreja, cultiva uma forte espiritualidade Eucarística e Mariana, que se deixa conduzir e que tem a certeza de que o verdadeiro animador é o Espírito Santo.
A palavra animação vem do latim: anima, que quer dizer alma. Ora, onde tem alma tem vida, pois não há corpo sem alma e nem alma sem corpo. Portanto quando falamos em animação nada mais é do que dar vida a algo, dar sentido e razão de ser. Desse modo, o animador (a) vocacional deve ser aquela pessoa que coloca anima em tudo aquilo que faz, principalmente em se tratando de vocação, chamado de Deus à vida.
É indispensável que o animador seja uma pessoa aberta, com o coração livre de preconceitos, de concepções errôneas, capaz de ouvir a história pessoal dos jovens de hoje, com misericórdia, escuta, acolhida compreensiva, ajudando o vocacionado a superar o passado e assumir o futuro à luz da Palavra de Deus. Para isso é de grande importância que o animador tenha um conhecimento dos problemas psicológicos, sociológicos da juventude atual. É importante criar empatia trabalhando a partir da realidade do jovem, separar as distâncias físicas, psicológicas e culturais, criar proximidade, ouvindo seus anseios suas perguntas, e seus pareceres. Compreendê-los com sabedoria, ajudá-los no processo da descoberta de Deus sobre si. O seguimento de Jesus e o acompanhamento por parte do animador vocacional não pode excluir nenhuma dimensão da vida e da existência humana. Sem essa forma de acompanhamento global se torna difícil o discernimento. Isso implica uma presença de mestre e discípulo na família, na escola, no trabalho e na rua nos lugares de recreação e, sobretudo no seio da comunidade paroquial. Deve-se levar em consideração o espaço existencial do jovem.
Outro elemento fundamental que não pode faltar no animador vocacional é que seja uma pessoa verdadeiramente feliz, realizada, capaz de atrair, cativar e contagiar. Ser animador vocacional é acreditar que a comunidade é uma grande força no seu trabalho e que todas as pastorais, movimentos que existe na igreja são responsáveis pelo surgimento vocacional na comunidade. Portanto, se faz cada vez mais necessário a formação de uma cultura vocacional. Como afirma o nosso querido e saudoso João Paulo II “a comunidade que não gera vocação, é uma comunidade estéril”. Creio que o animador vocacional, fará um trabalho significativo se sensibilizar a comunidade que todos somos vocacionados; que primeiro deve ser um autentico cristão atuante, comprometido com a comunidade. Neste momento é importante e significativa uma proposta mais corajosa e audaz com uma proposta definida e orientada para a vida consagrada a serviço de Deus.
O Animador vocacional deve agir como o Bom Pastor: sempre vai à frente de seu rebanho guiando-o por caminhos seguros (Sl 23,3). Também deve estar atento às ovelhas dispersas do rebanho e se preciso for, deve carregar as ovelhas no colo. Não há exemplo melhor de Animador Vocacional do que Jesus Cristo. Homem simples de Nazaré, filho de carpinteiro, porém acreditava fielmente em sua missão. Este homem simples, certo dia resolveu chamar outros doze homens e os motivou vocacionalmente. A partir da animação vocacional que ele fez e com o envio do Espírito Santo, o Homem de Nazaré, juntamente com os doze, transformaram o mundo. Portanto, sejamos como Jesus de Nazaré: tenhamos coragem, ousadia, perseverança e jamais percamos o vigor de cristãos em fazer ecoar o convite “vem e segue-me”.
O que faz então o animador?
            Simplesmente ajuda o jovem ou a jovem a também deixar-se guiar pelo Espírito, descobrir o grande amor que Deus tem por ele ou por ela, cultiva o grande desejo de consagrar-se a Deus e o orienta para que descubra o caminho. Podemos sugerir alguns passos:
O Despertar: para a valorização da vida: valores que caracterizam o ser humano enquanto pessoa; Despertar para a vocação cristã da vivência do compromisso batismal. Despertar para a dimensão eclesial da vocação= serviços específicos dentro da comunidade;
Discernir é o momento de verificar com a pessoa que sente o desejo de seguir o Mestre, quais os sinais indicadores do chamado de Deus. No processo de discernimento questionar as motivações, sondar as intenções, alertar para a radicalidade e a seriedade da opção. Lembrar que os principais agentes deste processo de discernimento são o Espírito Santo e o próprio vocacionado e vocacionada. Nesta etapa é indispensável que o animador ou animadora conheça bem a pessoa, sua historia, sua cultura, sua família, saúde para melhor orientá-lo na sua opção de vida.
Cultivar, nesta etapa, se pretende ir mais a fundo nos sinais do chamado divino, verificados e percebidos durante o processo de discernimento, através de um confronto, onde o jovem possa entrar dentro de si mesmo, para verificar a autenticidade do chamado.
Acompanhar, esta etapa tem por objetivo acompanhar o processo de opção vocacional consciente e livre, do jovem ou da jovem vocacionada. Como tal, ela vai acontecendo aos poucos passo a passo. É importante que o animador tenha muita calma, paciência, espera firmeza e coragem no processo do acompanhamento. O animador deve ser companheiro de caminhada, ajudando sempre mais o vocacionado a firmar-se e andar com os próprios pés. Lembrando que é ele à luz do Espírito Santo que faz o discernimento.

“Nossa missão é evangelizar, despertando vocações a serviço do Reino de Deus.”
A missão do animador vocacional é despertar, animar, acompanhar, ajudando no processo de discernimento vocacional, contribuindo com os cristãos, para encontrarem seu “espaço” na Igreja. Diante desta missão, cada animador vocacional tem o compromisso de suscitar, incentivar, motivar cada batizado (a) a ser protagonista de sua vocação, assumindo verdadeira e radicalmente o chamado que Deus fez (Vem e Segue-me!). Para realizar esta missão, cada animador é chamado a ser: pessoa motivada, de Fé madura, que não desanima diante das dificuldades, entusiasmada, ser pessoa de oração a exemplo de Jesus, ter clareza e muita convicção da própria vocação, pessoa equilibrada, com capacidade de desempenhar este trabalho, disponibilidade, bom preparo, espírito de discernimento, ter senso crítico e capacidade de diálogo para ajudar os jovens no discernimento vocacional e principalmente deve ter um grande amor a este importante trabalho.
 
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